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Cyberbullying afetou mais de 60% dos jovens durante a pandemia
Um estudo do ISCTE intitulado de "Cyberbullying em Portugal durante a pandemia do Covid-19", realizado pela investigadora Raquel António, revela que durante o período de confinamento, mais de 60% dos jovens foram vítimas de cyberbullying (mais do que uma vez).
O que é Cyberbullying?
Caso não esteja familiarizado com este termo, é importante que entenda o que realmente é.
Cyberbullying corresponde às práticas de agressão direcionadas a uma determinada pessoa, através da internet. Este bullying virtual é praticado com o intuito de ridicularizar, assediar e/ou perseguir alguém. Infelizmente, com o aumento do uso das novas tecnologias e das redes sociais, esta prática discriminatória tem vindo a ganhar maior expressão junto dos jovens.

Os dados do estudo
Segundo o estudo do ISCTE, as principais vítimas desta prática são os estudantes LGBTI e os estudantes com rendimentos sociais mais baixos. Mais de um quarto dos jovens que assumiram ter praticado cyberbullying apresentaram como principais motivações a diversão, a vingança e a necessidade de afirmação social. Enquanto que as vítimas falam em sentimentos de tristeza, irritação e nervosismo, os agressores escolhem a indiferença, a raiva e a alegria como as emoções mais frequentes durante a prática de cyberbullying. 59% dos estudantes consideraram que, na sua perceção, houve um aumento neste tipo de mensagens negativas online. No entanto, não existe um estudo anterior que permita a comparação/sustentação disso mesmo.
Os resultados deste estudo são referentes ao período entre março a maio deste ano e contaram com a participação de 485 alunos do ensino básico, secundário e superior de todos os distritos do país. É importante notar ainda que, este mesmo estudo, apresentou alguma dificuldade no que diz respeito à dimensão da amostra e à sua representatividade.
Já em 2017, foi realizado um estudo pela UNICEF, onde revelaram que uma em cada três crianças já tinha sido vítima de cyberbullying e que uma em cada cinco deixou mesmo de ir à escola por causa disso.
Como lidar com o Cyberbullying
Segundo Raquel António "é necessária uma cultura de promoção de empatia e de denuncia de conteúdo abusivo para prevenir situações de bullying online. É importantíssimo trabalhar a empatia, a gentileza, a tolerância e o respeito, não só na escola mas também em casa, onde os pais devem estar atentos àquilo que os filhos escrevem online e promover uma utilização segura dos dispositivos tecnológicos”. Para prevenir que os seus filhos vivenciem esta realidade abusiva, é importante que:
Tenha uma conversa aberta sobre Bullying e Cyberbullying;
Incentive-os a desconectarem-se um pouco;
Alerte-os para a existência de comportamentos menos corretos em conversações de grupo;
Converse sobre a importância da empatia, da aceitação e do respeito pelo próximo.

As consequências do cyberbullying
(Muita atenção!)
Isolamento;
Perda de interesse na realização de atividades que antigamente davam alegria;
Incapacidade de concentração nas tarefas escolares e/ou de casa;
Baixo rendimento escolar;
Dificuldade em dormir;
Vontade de faltar às aulas;
Falar sobre a falta de sentido da vida.
Muitas das vezes, o Bullying e o Cyberbullying são uma realidade silenciosa na vida dos jovens. Se suspeitar de algum problema, tenha uma conversa gentil, aberta e honesta para procurar descobrir o que está a acontecer. Algumas crianças podem temer que o envolvimento dos pais possa piorar a situação, mas na verdade, são eles que assumem o papel mais importante no término desta realidade.